O mercado de trabalho para o autista

Dois de abril é o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A data foi estabelecida em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como principal objetivo, ampliar o acesso à informação sobre o tema, com foco na redução das ocorrências de preconceito que cercam as pessoas autistas.

Mas, e como fica o autista no mercado de trabalho? As empresas estão preparadas para receber esses colaboradores? Muitas vezes, não.

A Organização Mundial da Saúde estima que, no mundo inteiro, 70 milhões de pessoas vivem com algum grau do transtorno autista, com dificuldades de comunicação e socialização com outras pessoas. 

O que é autismo

O autismo está diretamente relacionado ao neurodesenvolvimento da pessoa que envolve a comunicação – principalmente a fala, – interação social e  comportamento repetitivo. De modo geral, podemos dizer que todo paciente autista pode apresentar todas as características do espectro mas, o que difere um do outro é a intensidade que essas condições se manifestam da infância à fase adulta. 

O diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar – psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, fisioterapeuta -, são fundamentais para que o paciente consiga alcançar uma rotina de vida saudável.

Mercado de trabalho para autistas brasileiros

O número de autistas no Brasil ainda não são oficializados. No entanto, estima-se que existam 2 milhões de pessoas autistas no país, com cerca de 1,5 adultos desempregados. Esses dados serão oficializados após o Censo Demográfico 2022, com início previsto para o mês de agosto. 

Essa inexistência legal de conhecimento de dados reflete o quanto o país engatinha nos processos de informação e inclusão da pessoa autista na sociedade de modo geral, seja no cuidado com a saúde, seja por inclusão nos espaços de trabalho. 

Autismo e o IBGE

Este ano, pela primeira vez, as famílias brasileiras irão responder perguntas no Censo Demográfico Brasileiro 2022, organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), sobre o autismo. Esse levantamento poderá melhorar significativamente as políticas públicas em prol da pessoa autista, assim como, o mercado de trabalho que terá um panorama real e atualizado sobre o número de profissionais autistas que necessitam de ambiente de trabalho mais inclusivo.

Lei Berenice

A lei Berenice Piana representa um marco nos direitos da pessoa autista, sancionada em 2012. Essa lei configurou e incluiu o autismo como uma deficiência, direcionando para a pessoa autista os mesmos direitos reconhecidos em lei de uma pessoa com deficiência. 

Nessa perspectiva, a lei Berenice Piana garante que o profissional autista tenha espaço em seleções para postos de trabalho.

Como criar um ambiente de trabalho para o autista 

A falta de informação e despreparo de equipes formam uma verdadeira barreira para a inclusão do autista no mercado. Muitas empresas e suas equipes ainda não estão prontas para reconhecer e encarar esse profissional com um olhar mais sensível e agregador. 

E como em todos os processos a fase de implementação é essencial e deve ser abraçada pelo líder. Ele será o guia multiplicador de práticas de inclusão e discussões sobre o tema com os liderados. Além disso, a garantia de acessos de profissionais ao mercado de trabalho exige que a área de Recursos Humanos esteja atenta e com um olhar treinado para a diversidade na hora de recrutar.  

A empresa deve fomentar a pauta por meio da criação de comitês, comissões, eventos educativos, comunicação interna, encontros anuais com especialistas. É um movimento atual e necessário nos diversos setores do mercado de trabalho. 

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